terça-feira, 3 de agosto de 2010

Capitulo I

Ao chegar atrasada á sessão, Diana acaba por sentar-se no lugar errado da sala, mas o mais certo para encontrar a paixão.
Faltava poucos minutos para o inicio da sessão quando Diana comprou o bilhete. Com a pressa, não tomou muita atenção ao número da cadeira e pensou que um dos arrumadores havia de saber qual seria o seu lugar. Há semanas que queria ir ao cinema ver aquele filme, mas nunca tinha tempo para o fazer até aquele dia. Tratava-se de um romance. Uma mulher solteira que nunca se tinha apaixonado encontrou o amor da sua vida no teatro onde encontravam-se muitas pessoas.
Não tinha esperanças de que lhe acontecesse o mesmo, mas a história conquistara-a pelo secreto sonho de encontra, também ela, o homem da sua vida…
Quando chegou á porta da sala onde reproduziam o filme, Diana verificou que as luzes já estavam apagadas e, pior do que isso, não haviam arrumadores. É certo que há muito tempo que não vinha ao cinema, mas nunca pensou que as mudanças fossem tantas com a alteração dos cinemas para os centros comerciais. Tentando não incomodar ninguém, fui andando e tropeçando até lhe parecer ter encontrado a fila e o lugar certo.
Sentou-se, procurou uma posição cómoda e esperou que acabassem os anúncios que desfilavam no Ecrã. Passados alguns minutos, um homem aproximou-se:
- Desculpe…-disse baixinho
- Esta sentada no meu lugar.
Diana procurou confirmar o número do seu bilhete, mas tendo em conta que a sala encontrava-se escura era lhe impossível ver alguma coisa, então decidiu confiar neste homem. Afinal, era sempre tão distraída.
- Peço Desculpa! Mas por acaso não me saberá dizer onde é meu?
Quando o homem se preparava para ajudá-la a encontrar o lugar certo, as letras do genérico começaram a passar no ecrã. Ele, prático e cavalheiro, disse:
- Fazemos assim, fique a vontade que eu sento-me aqui ao lado, assim não perdemos o inicio do filme.
Ela agradeceu-lhe a gentileza e novamente pede desculpa, e assim lado a lado concentraram-se no filme que já estava a passar. Mesmo no meio da escuridão Diana conseguiu aperceber-se de que o homem era bonito, atraente, elegante com feições bem definidas…mas rapidamente tentou desviar da cabeça esses pensamentos e concentrar-se apenas no filme, onde a mulher se preparava para encontrar o seu amor. E se fosse assim também com ela?
Quando a sessão acabou, Diana chorava discretamente e pôde ver, pelo canto do olho, que o sei “vizinho” também disfarçava uma lágrima de comoção. Mas foi quando as luzes se acenderam que Diana se apercebeu que tinha estado sentada ao lado de um verdadeiro príncipe! O homem era deslumbrante e ela já não resistia aquele charme…
- Finalmente podemos olhar um para o outro sem ser no escuro - disse ele, interrompendo o silêncio – chamo-me Ângelo Montês – e estendeu-lhe a mão.
- Eu sou Diana D’ Oliveira – disse ela, tímida, mas já rendida aos encantos de Ângelo.
Depois de alguns segundos de silêncio, ele decidiu-se:
- Eu sei que isto vai parecer descabido, mas…e se a convidasse para tomar café comigo?
- Eu…aceitaria!
E assim Ângelo e Diana saíram juntos do cinema, ambos pensando na história a que tinham assistido e fingindo que não estavam a viver uma história tão semelhante. Nenhum dos dois queria acreditar, mas a verdade é que o destino os tinha feito cruzar na plateia daquele cinema, por algum motivo, e esse mesmo destino seria o responsável pelo desenvolvimento desta história.
O café acabou por transformar-se em jantar e após o jantar foram tomar um copo a um bar calmo, para conversarem mais um pouco. Depois de terem contado um ao outro a historia das suas vidas, Ângelo fez questão de levar Diana a casa, porque já era tarde, e assim aproveitavam para se conhecerem um pouco melhor.

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